quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crysis Was e WarHead



Crysis, shooter de grande sucesso produzido pela Crytek, chegou ao mercado no “ano dos jogos de tiro”, em novembro de 2007, competindo com outros títulos de peso e se destacando inquestionavelmente nos níveis de realismo gráfico até então inéditos no PC. A Crytek na época anunciou que Crysis seria uma trilogia (como de fato será), todavia Crysis Warhead não é a segunda parte do original, mas sim um pacote de expansão independente, que não requer o jogo anterior instalado.

O enredo já evidencia que Warhead não pretende avançar na história onde o último parou, mas sim, aprofundá-la, dando uma perspectiva paralela aos eventos e permitindo que o jogador reviva ótimos momentos do jogo anterior, expandindo a experiência em si. Basicamente, tudo gira em torno da captura e proteção de uma espécie alienígena que os norte-coreanos tem sob o seu poder. O foco agora está no impulsivo Psycho, personagem com mais carisma, mais profundidade e mais identificação com o jogador do que o insosso Nomad, do primeiro game. É o típico caso em que o personagem nos surpreende indo além dos estereótipos já estabelecidos no próprio nome, mostrando nuances e dilemas morais que o tornam mais humano.

Gráficos otimizados

É claro que o segundo título perdeu um pouco daquele primeiro impacto com seus gráficos estonteantes, mas continua impressionando em vários aspectos visuais. Estes continuam sendo um marco para os jogos de vídeogame. O cenário destrutível se mescla com a batalha de uma maneira muito divertida graças à física, afinal não há nada melhor do que jogar uma bomba em uma torre onde se encontra um sniper e vê-la explodir aos pedaços ou mesmo colocar abaixo uma casa com inimigos dentro. A famosa transformação da ilha paradisíaca em um verdadeiro “iceberg” está mais realista, gerando os visuais mais deslumbrantes (e pesados) do jogo. E por falar em consumo de hardware, Crysis Warhead foi otimizado para rodar em computadores mais modestos (que foi uma das grandes críticas ao jogo anterior), entretanto, para jogar nas qualidades mais refinadas é indispensável um computador de ponta, demonstrando que os melhores gráficos que o jogo pode oferecer ainda não estão acessíveis para todos.

As cinemáticas deram um salto importante de qualidade, tornando-se muito mais interessantes do que o jogo original, trabalhando em favor da narrativa e gerando momentos emocionais. Se mal nos lembramos de quem foi Nomad, aqui é difícil esquecer-se de Psycho.

Combata usando vários estilos

O inconfundível Nanotraje não sofreu nenhuma modificação e é o grande auxílio do jogador para vencer os adversários, usando-se de diferentes estratégias que garante força, velocidade, defesa melhorada e camuflagem (invisibilidade) temporária. Com tantas possibilidades ao lado do jogador, Crysis Warhead se torna um jogo muito fácil, a não ser que se selecione a dificuldade máxima para um desafio e diversão maiores. O nível máximo de dificuldade torna, por exemplo, o combate com os inimigos mais equilibrados, já que não podemos saber onde eles estão pelo radar. Com a ajuda de uma refinada inteligência artificial, os inimigos vão se organizar e caçar o jogador, normalmente movendo-se muito discreta e traiçoeiramente. Os alienígenas também receberam atenção especial, estão mais espertos, possuem movimentos bruscos e inesperados, e se aproximam sempre com variedade de número e tamanho – há até algumas batalhas épicas com aliens gigantes.

Algumas outras adições foram feitas, como é comum em uma expansão, entre elas, dois veículos, um Hovercraft (anfíbio muito versátil para o transporte) e um ASV blindado. Nas armas, temos as novas AY69, uma micro-metralhadora de curto alcance e com altíssima taxa de disparo para literalmente peneirar o inimigo e o FGL40, um lança-granadas automático que pode ser usado também como detonador remoto. Tudo isso é embalado por uma série de batuques de percussão que encaixou muito bem na ação do game, diferenciando assim do arranjo orquestral constante do game anterior.

Multiplayer renovado e mais atrativo

Ao abrir a caixa do game, nos deparamos com 2 DVDs, sendo que um deles é apenas para a instalação do multiplayer, o Crysis Wars. O jogador encontrará novamente o modo Power Struggle, no qual é preciso dominar pontos estratégicos do mapa para liberar recursos como armas e veículos, a fim de destruir o quartel do inimigo. Alguns dos itens deste modo são bastante caros e vão obrigar o jogador a se dedicar por algumas horas. Também está presente o modo Deathmatch (chamado de Instante Action), que permite uma partida intensa com combate imediato em até 32 jogadores sem intervalo para ressuscitar. A principal novidade fica então para um modo de jogo que inexplicavelmente faltava no jogo anterior, o Team Deathmatch que é o combate imediato em equipes.

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